Algum tempo atrás, em uma reunião familiar, me perguntaram qual era o trabalho de um Recursos Humanos. Antes que eu tivesse tempo hábil de responder, alguém falou que era a pessoa que admitia e demitia as pessoas nas empresas.
Na real esta não é a função do RH e, se ele estiver agindo assim, está totalmente contrário a função do RH. Os processos de admissão e demissão são feitos, legalmente, pela área de Departamento Pessoal.
Há uma grande confusão entre estas duas áreas tão distintas dentro de nosso território nacional, inclusive por profissionais da área. Não é raro pessoas com ampla experiência em Escritório Contábil se intitularem RH , bem como pessoas que trabalham com áreas humanas se denominarem DP
Mas então, qual a diferença?
Primeiramente é importante entender um pouco da história. Começamos a fase celetista no Brasil em 1946, com a criação da Consolidação das Leis trabalhistas (Getúlio Vargas), onde entram em vigor as leis que regem todo contrato de trabalho no país feito por uma carteira de trabalho (CTPS – carteira de trabalho e previdência social).
A partir da criação das Leis Trabalhistas, faz-se necessário que as empresas tenham a área de administração de pessoal, regido pela CLT. Também surgem os sindicatos, que criam as convenções trabalhistas em negociação com as empresas, sendo tema de um próximo tópico.
Mais precisamente (e recentemente também), as empresas por volta da década de 80 começaram a olhar os empregados por outro viés. Já não bastava apenas pagar o salário e demais obrigações legais. As pessoas precisavam se engajar, se motivar e querer ficar.
Gasta-se muito com a contratação de uma pessoa em tempo e treinamento para ela não ficar mais de 6 meses numa empresa. E isso começou a pesar no bolso do empregador. A necessidade surgiu não por bondade ou humanismo, mas por necessidade de economia.
Inicia-se então um olhar mais “humanizado”, surgindo a necessidade de uma área onde pessoas cuidassem dos interesses das pessoas da organização. A nomenclatura muda e continua mudando. Inicia-se nas empresas a área de Recursos humanos, onde hoje em dia há várias denominações diferentes, porém com o mesmo trabalho e objetivo: cuidar das pessoas. O empregado vira colaborador, cliente interno, etc.
De acordo com Chiavenato (2002), a área de Recursos Humanos subdivide-se em subsistemas:
Provisão de recursos humanos (Recrutamento e Seleção)
Aplicação de pessoas (Cargos e Salários)
Manutenção de pessoas (Retenção e Benefícios)
Desenvolvimento de pessoas (Treinamento e Desenvolvimento)
Monitoramento de pessoas (Avaliação de Desempenho, levantamento do clima organizacional, etc).
Em geral, pessoas com formação em contábeis (técnicos ou contadores) atuam em Administração de Pessoal (DP). Já para atuar em Recursos Humanos temos uma gama maior de profissionais, desde Psicólogos, Pedagogos Organizacionais, Administradores, e ainda já temos cursos técnicos e tecnólogos em Recursos Humanos.
Atualmente, muitas empresas têm optado por terceirizar a área de DP (Administração de Pessoal), contratando um escritório contábil especializado. Porém há também a possibilidade de se “terceirizar” a área de Gestão de Pessoas.
Esta é uma solução para pequenas empresas, onde empresas de Gestão de Pessoas desenvolvem os planejamentos de Pessoas e organizam o desenvolvimento das mesmas junto à organização.
Espero que possam aproveitar ao máximo estas informações, e caso queiram trocar uma ideia sobre o assunto, fico à disposição!
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